domingo, 15 de abril de 2012

Scott Cossu - Gypsy Dance

Quando acidentalmente esbarrei em discos de música instrumental do selo Windham Hill, não tinha idéia como isso iria afetar meu gosto, até então, voltado quase exclusivamente para a música eletrônica (leia-se Vangelis, Kitaro e Jean-Michel Jarre, principalmente, mas também Mike Oldfield, Richard Bummer, Osamu Kitajima, Jean-Luc Ponty, entre outros). Interessante que não parecia contraditório para um iniciante no contato diferenciado e mais adequado com o mundo natural (só depois seria chamado de ecologista, ambientalista, amante da natureza, bem como viria a entender o que era isso) ouvir tanta música eletrônica, pois era o único tipo de música que naquele momento casava com isso. Os acordes, muitos deles minimalistas, paradoxalmente pareciam com sons saídos de florestas, de seres, de vapores e borbulhas em pântanos, de água fluindo num cantinho de riacho, de folhas farfalhando num sopro de brisa e de terra molhada.

Certo dia, aproveitando da coleção de discos de algumas pessoas compravam apenas para utilizar como fundo musical para espetáculos de dança, descobri vários discos do selo, cujos lançamentos era de artistas até então pouco ou nada conhecidos, com música primordialmente acústica.

Foi assim que descobri o som desse músico de mensagem e sonoridade peculiar, através do disco "Islands". Foi uma paixão arrebatadora por aquele som, à primeira audição. Na minha cabeça todas as músicas instrumentais eram tão, ou mais, dotadas de mensagens do que as com letra. Quando você realmente as ouve, sem ser pra um fim prático, você percebe que, quando a música é boa, não precisa haver palavras, pois toda uma sorte de mensagens, de partilha, de idéias, estão bem ali, como se escritas em papéis sonoros, falando da solidez do que é bom, ao tempo que flui como água e se espalha aromas exóticos.

A segunda faixa do disco, Gypsy Dance, soa como uma festa entre amigos, um evento que começa numa calmaria reflexiva, cadencia para uma espécie de levantar o corpo de onde se está, e termina num êxtase sonoro de pura energia. Scott, pianista, criou linhas para percussão e violino que é impossível que alguém com um mínimo de sensibilidade e consciência sobre as coisas boas da vida consegue não se encantar. Então, quando quiser por o coração em festa divinamente pagã, ponha isso pra tocar. Musicalmente, acredito que para boa parte das
pessoas será criado um ponto de mutação. É contagiante!

Apesar de as ideias acima serem uma interpretação pessoal, sugiro para os que não conhecem essa música, que a ouçam por completo no link abaixo, e irão entender boa parte do que foi dito aqui:
http://www.youtube.com/watch?v=nenTdieeJ24&feature=player_embedded#%21

Curta! Sinta! Dance!

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